segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A MINHA HORA DA ESTRELA!


O primeiro romance que li da Clarice Lispector foi A Hora da Estrela (sim, estou falando dela de novo!). Não li por obrigação, com certeza quem leu esse livro sabe que é um imenso prazer ler esta história tão inteligente e complexa.
A cada página me envolvia mais com a personagem Macabéa... Não! Não sou uma retirante nordestina, não tenho o corpo franzino, não estou doente e tão pouco tenho maus hábitos de higiene... Mas, isso são apenas detalhes que tornam Macabéa viva, humana!
No fundo Macabéa não sabe quem é, e sei que cada um de nós também possui dúvidas sobre quem somos. Vivemos um processo constante de “redescobrimento”. A cada dia somos uma nova pessoa, não há nada mais mágico e natural que renovação... Redescobrir-se a cada dia, eis um exercício que deveríamos fazer constantemente. Redescobrir os defeitos, as qualidades... Redescobrir o amor, a amizade, gostos, desgostos e por aí vai.
Assim como a autora propõe, “que cada um reconheça a si mesmo”.
Foi pensando na delicada e intensa história de Macabéa, que decidi me redescobrir, despertar e fazer acontecer a minha hora da estrela.
“TUDO NO MUNDO COMEÇOU COM UM SIM”
Há pouco tempo redescobri escrever... Ahhhhh! Como gosto de escrever... Ser eu mesma, sem me preocupar com o julgamento alheio (no fundo sempre nos preocupamos). Não sei fazer outra coisa e não há nada que me faça tão feliz quanto escrever o dia inteiro (me senti tão feliz em passar meia hora do meu tempo escrevendo esse texto).
Já afirmei em outros momentos que ainda tenho muito para aprender e para isso estou nesse mundo, não sou pretensiosa.
Escrever é um dom, sensibilidade, inspiração... Tem que saber enxergar, ouvir...
Não basta escrever corretamente, saber concordância ou onde colocar as vírgulas, tem que cativar, criar vínculos.
Outro dia remexendo nas minhas lembranças encontrei um livro, “Pátria dos Poetas” e na contra-capa havia uma dedicatória, “À futura escritora”.
Durante alguns anos esqueci esse livro no fundo da gaveta, assim como havia esquecido meus propósitos... Confesso que me decepcionei um pouco com a profissão de jornalista, tudo ficou tão comercial, o brilho se perdeu.
Ganhei o livro em um Concurso Literário, primeiro lugar, lembro que escrevi um texto simples, mas sincero... De alguma forma cativei a banca examinadora com as minhas palavras. Essa pequena conquista só alimentou ainda mais o meu sonho.
Não sei dizer em que instante da vida deixei esse sonho guardado no fundo de uma gaveta qualquer...
Acredito que este é o momento de dizer SIM a “minha” hora da estrela!
“É PRECISO DIZER SIM PARA QUE ALGO ACONTEÇA”
(Clarice Lispector)

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