segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sobre texto da Revista Nova


Não tem sido fácil manter esta página atualizada.
É uma palavra ali, uma vírgula aqui, um parágrafo acolá...
Mas não há nada como escrever um texto bem feito, não somente para os outros, mas também para minha satisfação pessoal. Alias, sempre tentei escrever com tanto capricho e atenção, que quando eu não consigo é melhor nem me atrever.
Entre um toque de telefone e outro, ou no meio de um relatório, ou até mesmo fazendo um arquivo, sempre me surgem palavras soltas... Engraçado, vem meio sem por que ou ordem definida, chego a falar sozinha com as minhas próprias palavras. Tento prendê-las, para que elas não se percam, até que eu tenha um tempo livre para colocá-las no papel.
No entanto, nas últimas semanas mal consigo acessar o programa da Microsoft Word...
Com isso a inspiração vai sumindo, as palavras vão se apagando e até sinto a minha identidade se perdendo.
Ontem eu estava lendo uma dessas revistas de “mulherzinha” e em uma das seções havia um texto de um psiquiatra, era um daqueles textos de auto-ajuda.
Ok! Fui seduzida pelo título da matéria – “É possível trabalhar no que se gosta”.
Óbvio que trabalho no que gosto, me conheço e sei que não saberia ficar muito tempo em um lugar por obrigação, sendo infeliz. Porém, acredito viver em um grande paradoxo, pois agradeço todos os dias pelo meu trabalho, por outro lado sei que tenho outros sonhos mais fortes e intensos.
Tive a ilusão de encontrar no tal texto da revista a resposta para meus anseios. É verdade que o texto era bastante motivador, havia uma declaração do próprio psiquiatra afirmando ter trabalhado durante muitos anos em uma área diferente da que ele escolheu, mas era na área da saúde o que o ajudou muito.
O psiquiatra começa o texto dizendo que recebe e mails de mulheres descontentes com seus empregos, são psicólogas trabalhando com vendedoras e jornalistas trabalhando como secretárias. Sim, a carapuça me serviu muito bem!
Na realidade, não queria ser mais uma na estatística. Apesar de saber que o problema não está em mim ou em outras jovens assim como eu.
O psiquiatra ainda fala sobre dedicação, sobre querer muito algo... Poxa, a intenção dele até valeu, acho que ele até cumpriu o seu papel. Contudo, será que ele tem consciência da DEDICAÇÃO de cada jovem que escreveu um e mail para ele ou até mesmo da minha dedicação em que me permiti por um segundo parar todas as minhas obrigações para escrever este texto?
A questão vai mais além do que dedicação ou esforço.
Em quanto isso continuo aqui, tentando modificar a rotina, transformando os meus sonhos em palavras soltas e desordenadas. Em quanto eu tiver motivação e criatividade para escrever, saberei que é exatamente isso que me manterá viva e feliz.
(28/07/2008)

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